Taxa de homicídios de mulheres é duas vezes maior entre negras, aponta instituto

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Foto: Freepik

O Brasil registrou 3.946 homicídios de mulheres em 2023, sendo metade desses crimes cometidos com armas de fogo. O levantamento “Pela Vida das Mulheres: o papel da arma de fogo na violência baseada em gênero”, do Instituto Sou da Paz, aponta que as mulheres negras são as principais vítimas, com uma taxa de homicídio de 2,2 a cada 100 mil habitantes, o dobro da registrada entre mulheres não negras (1,1). Entre as adolescentes assassinadas, 80% eram negras. Além disso, 35% das vítimas fatais já haviam denunciado agressões anteriores à polícia. Nos casos não fatais, 46% das mulheres foram atacadas por alguém próximo, sendo que em 29% dos casos o agressor era o parceiro ou ex-companheiro. A pesquisa ainda revela que os responsáveis pelos ataques com arma de fogo são majoritariamente homens (76%) e adultos (48%).

Os dados analisam feminicídios entre 2012 e 2023, evidenciando que 2017 foi o ano mais letal para as mulheres, com 4.981 assassinatos. Embora tenha havido uma redução nos anos seguintes, o índice voltou a subir entre 2022 e 2023, de 3.844 para 3.946 mortes. Roraima lidera o ranking dos estados com maior número de homicídios femininos, enquanto São Paulo e o Distrito Federal registram as menores taxas. A pesquisa também mostra que 40% dos assassinatos ocorreram em vias públicas, 28% dentro das residências das vítimas e o restante em outros locais.

Para Aurenice Santiago, essa realidade precisa ser combatida com urgência. “O Brasil tem números alarmantes de violência contra a mulher, onde muitas dessas vítimas já tinham denunciado as agressões, mas não tiveram proteção adequada. Precisamos de políticas públicas efetivas para garantir a segurança das mulheres e impedir que esses crimes continuem acontecendo.” O uso de armas de fogo nos feminicídios é mais frequente no Nordeste, onde 63% das vítimas foram assassinadas dessa forma, seguido pelas regiões Norte (49%) e Sul (45%). No entanto, desde 2012, o Sudeste foi a região que registrou o maior crescimento percentual desse tipo de crime, com um aumento de 10% nos casos.

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