O Congresso Nacional está analisando uma série de propostas e projetos que prometem modificar profundamente os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. As mudanças, para melhor ou pior, podem impactar diretamente no bolso da classe trabalhadora, tornando indispensável o acompanhamento das discussões. Entre as pautas em destaque, estão a regulamentação da aposentadoria especial e o fortalecimento da organização sindical, além de medidas relacionadas ao Imposto de Renda, que podem alterar significativamente o cenário econômico do país.
A regulamentação da aposentadoria especial é um dos temas mais sensíveis. Após a Reforma da Previdência de 2019, o acesso a esse benefício tornou-se mais restrito, prejudicando trabalhadores expostos a condições insalubres ou perigosas. O Projeto de Lei Complementar (PLP) 42/2023 busca corrigir essas limitações, estabelecendo critérios diferenciados para aposentadoria de trabalhadores em condições prejudiciais à saúde, com idades mínimas variando conforme o tempo de exposição. Atualmente, o projeto tramita na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, aguardando parecer para avançar. Para os servidores municipais que enfrentam riscos diários, como agentes de saúde e trabalhadores da limpeza urbana, a aprovação do PLP 42/2023 representa a garantia de um direito básico e justo.
Outro destaque é o fortalecimento da organização sindical, que vem sendo debatido através do Projeto de Lei (PL) 5.552/2019 e da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 314/2004. As medidas visam regulamentar o artigo 8º da Constituição, garantindo maior autonomia e representatividade para os sindicatos, e incluem debates sobre o modelo de financiamento sindical. Segundo André Santos, analista do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o fortalecimento financeiro e jurídico das entidades sindicais é essencial para garantir a defesa dos direitos trabalhistas. Além disso, propostas como a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também estão no radar, sinalizando possíveis avanços no equilíbrio fiscal. Esses debates exigem atenção redobrada, pois definirão os rumos dos direitos e da organização dos trabalhadores nos próximos anos.