Um levantamento recente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais pode injetar até R$ 35 bilhões na economia brasileira. A proposta do governo Lula de alterar a tabela do Imposto de Renda foi considerada positiva tanto sob a ótica dos trabalhadores quanto no contexto macroeconômico, pois a medida beneficiaria uma parcela significativa da população com alta propensão ao consumo. Esse movimento, segundo especialistas, poderia aquecer a economia, gerar empregos, aumentar a renda e ainda gerar mais arrecadação para o governo.
O estudo do Dieese também destaca que a isenção representaria um ganho significativo para a classe trabalhadora. Atualmente, quem recebe até R$ 5 mil paga mensalmente R$ 335,15 de Imposto de Renda. Com a proposta em vigor, esses trabalhadores deixariam de pagar esse imposto, o que garantiria um acréscimo de R$ 4.467,55 anuais em sua renda – um valor equivalente a praticamente um salário a mais por ano. Este aumento na disponibilidade de recursos poderia impulsionar o consumo e beneficiar a economia local, especialmente nas regiões com maior concentração dessa faixa de renda.
Entretanto, a medida enfrenta resistência de setores do mercado financeiro, que, segundo a diretora-técnica do Dieese, estão mais preocupados com seus próprios interesses do que com as necessidades do país. Apesar dos benefícios para a população, a equipe econômica do governo prevê que a isenção beneficiará diretamente 36 milhões de brasileiros, enquanto apenas 100 mil pessoas com rendimentos superiores a R$ 50 mil mensais passariam a pagar mais imposto. A avaliação de que essa mudança poderia gerar uma nova alta nas taxas de juros preocupa especialistas, que veem uma possível falta de perspectiva fiscal para o futuro imediato.
