O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou, nesta terça-feira (6), a nova edição do Relatório de Desenvolvimento Humano, que atualiza os dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 193 países com base em informações referentes ao ano de 2023. O índice considera três principais indicadores: expectativa de vida, escolaridade e Produto Interno Bruto (PIB) per capita. O Brasil aparece na 84ª posição no ranking global, com um IDH de 0,786 — considerado alto e superior ao de 2022, quando o índice era de 0,780 (valor ajustado na nova metodologia), representando um crescimento de 0,77%.
Com esse desempenho, o Brasil integra o grupo de 50 países classificados como de desenvolvimento humano alto, cuja pontuação varia entre 0,700 e 0,799. A maior parte do topo do ranking é composta por nações europeias. A Islândia, por exemplo, alcançou o maior IDH do mundo (0,972), superando Suíça e Noruega. Na sequência, aparecem Dinamarca, Alemanha e Suécia. No extremo oposto, o Sudão do Sul figura com o menor IDH (0,388), seguido por outros países africanos. O Iêmen, devastado por uma guerra civil, ocupa a 10ª pior posição. A média global do IDH chegou a 0,756 — o maior patamar desde o início da série histórica.
Entretanto, ao se considerar a desigualdade social na fórmula do IDH, o Brasil apresenta um cenário menos favorável. O IDH ajustado cai para 0,594, posicionando o país na 105ª colocação, dentro do grupo de desenvolvimento médio. A Islândia, mesmo após esse ajuste, mantém alto desempenho (0,923), refletindo menor desigualdade. O IDH global ajustado é de 0,590. A desigualdade de gênero no Brasil mostra uma leve vantagem para as mulheres (0,785 contra 0,783 dos homens), puxada por melhores índices de expectativa de vida e escolaridade, embora o rendimento delas continue inferior.
Outro recorte trazido pelo relatório analisa o IDH considerando a pegada de carbono. Nesse critério, o Brasil figura na 77ª posição, com índice de 0,702. O país também apresentou melhora em sua colocação geral em comparação a 2022: subiu da 89ª para a 84ª posição — ou da 86ª, se considerado o ajuste da série. A evolução do índice brasileiro ao longo do tempo mostra um avanço médio anual de 0,38% entre 2010 e 2023, e de 0,62% entre 1990 e 2023, indicando progressos consistentes, ainda que marcados por desigualdades estruturais persistentes.
Matéria com dados da Agência Brasil