O Relatório sobre o Futuro dos Empregos (2025), publicado pelo Fórum Econômico Mundial, projeta mudanças significativas no mercado de trabalho global até 2030. Segundo o estudo, as tendências tecnológicas, econômicas, demográficas e relacionadas à transição verde deverão criar 170 milhões de novos empregos no período, mas também eliminarão 92 milhões de ocupações, resultando em um saldo de 78 milhões de postos de trabalho. No entanto, esses empregos de maior remuneração e melhores condições estarão mais acessíveis para países que investirem em educação continuada e qualificação profissional. Essa desigualdade entre as economias pode ampliar a lacuna entre países que avançam em setores de alta tecnologia e aqueles que permanecem com empregos de baixo valor agregado.
Apesar do otimismo com a criação de novos postos, o relatório chama atenção para desafios que ainda afetam muitos países, especialmente emergentes. A desigualdade de acesso à educação e à qualificação profissional continua a ser um entrave para que populações vulneráveis possam participar da chamada “revolução da requalificação”. Nesse contexto, trabalhadores menos qualificados, cujas funções são mais facilmente substituídas por tecnologias, correm o risco de serem excluídos do mercado de trabalho formal. Especialistas como Thais Requito, consultora em futuro do trabalho, destacam a necessidade de políticas públicas que promovam inclusão, como subsídios educacionais e, em longo prazo, até mesmo a adoção de renda básica universal para garantir condições mínimas de subsistência.
O relatório também enfatiza que, em um cenário de rápida automação e mudanças demográficas, as habilidades humanas se tornarão diferenciais essenciais. Competências como empatia, pensamento crítico, autorregulação e capacidade de adaptação permanecerão valiosas em um mercado de trabalho em constante transformação. Essas habilidades, quando alinhadas a uma educação técnica de qualidade, permitirão que trabalhadores se reposicionem em diferentes contextos profissionais. Para países como o Brasil, o desafio de superar desigualdades estruturais do passado será decisivo para garantir uma transição inclusiva e equitativa no mercado de trabalho global.
Matéria com dados da Agência Brasil.