Cresce o número de pessoas com autismo no Ceará, mas inclusão ainda é desafio nas redes municipais

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Foto: Freepik

O Ceará tem, oficialmente, 126.548 pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), conforme dados inéditos do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento traz, pela primeira vez, informações específicas sobre o TEA, conforme determina a Lei nº 13.861/2019. A pesquisa considera apenas indivíduos com diagnóstico formal emitido por profissional da saúde. Em termos proporcionais, os autistas representam 1,4% da população cearense — o terceiro maior índice do Brasil, atrás apenas do Acre (1,6%) e do Amapá (1,5%).

Em números absolutos, o Estado ocupa a sexta colocação nacional. O dado reforça uma percepção já existente entre educadores, famílias e gestores: a presença de crianças e jovens autistas nas redes públicas de ensino tem crescido consideravelmente. No entanto, o número expressivo também chama atenção para os desafios que os municípios precisam enfrentar para garantir, de fato, uma educação inclusiva.

A presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SINDSEC), Regina Lemos, destaca que é preciso garantir apoio concreto às escolas.

“A matrícula é só o primeiro passo. A inclusão real depende de formação continuada para professores e professoras, agentes de apoio em sala de aula e condições estruturais que assegurem o direito à aprendizagem de todos os alunos e alunas. Não se trata apenas de presença, mas de participação com dignidade e respeito”, defende a dirigente sindical.

Regina ainda lembra que é necessário planejamento, estrutura e políticas públicas permanentes que deem conta da inclusão.

O levantamento do IBGE também mostrou que o número de homens diagnosticados com TEA é maior do que o de mulheres: são 79.245 pessoas do gênero masculino e 47.303 do gênero feminino. A presença de adultos e idosos com diagnóstico também é significativa: mais de 47 mil pessoas entre 20 e 59 anos, e 12 mil com mais de 60 anos. Esses números reforçam a urgência de políticas públicas transversais e integradas, que contemplem a diversidade de faixas etárias e suas necessidades específicas.

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