Entre os meses de maio e junho de 2025, uma ampla consulta pública realizada em todo o país revelou um dado essencial para o futuro da educação brasileira: a reivindicação mais recorrente da população foi a formação de professores com práticas pedagógicas antirracistas. A informação está no Caderno PNE Antirracista, documento divulgado no dia 1º de julho pela Frente Parlamentar Mista Antirracismo do Congresso Nacional. A publicação reúne mais de 400 propostas elaboradas por movimentos negros, indígenas, quilombolas, educadores e conselhos sociais, indicando caminhos para enfrentar o racismo como um obstáculo estrutural à qualidade e à equidade da educação pública.
O levantamento, voltado à construção do novo Plano Nacional de Educação (PNE), destaca que o racismo institucionalizado “exclui saberes, silencia culturas e dificulta a permanência de estudantes”, afetando diretamente o rendimento escolar e a saúde mental de milhares de crianças, adolescentes e jovens, sobretudo nas escolas públicas. Entre as propostas reunidas estão a inclusão da história e da cultura afro-brasileira e indígena nos currículos escolares, a formação continuada de professores sobre temas raciais e o combate ao racismo nas práticas pedagógicas e na gestão escolar.
Para a presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Canindé (SINDSEC), Regina Lemos, a pauta é urgente e precisa entrar com força no debate educacional municipal.
“Falar de antirracismo nas escolas públicas não é apenas um compromisso com a justiça social, mas uma responsabilidade do Estado e de toda a sociedade. Em Canindé, onde temos uma população diversa, é fundamental garantir a formação de educadores comprometidos com o combate ao racismo e com o respeito à identidade de cada estudante”, afirmou.
O SINDSEC reforça a importância de que o município acompanhe e incorpore as diretrizes do novo PNE, valorizando a educação como espaço de transformação e igualdade.