A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) anunciou nesta segunda-feira (28), em Adis Abeba, na Etiópia, que o Brasil está oficialmente fora do Mapa da Fome. É a segunda vez que o país atinge o índice considerado seguro, com menos de 2,5% da população em situação de subnutrição ou sem acesso suficiente à alimentação. A primeira saída havia ocorrido em 2014, durante o governo Dilma Rousseff (PT), quando cerca de 3,9 milhões de pessoas viviam em insegurança alimentar.
O cenário, porém, se agravou a partir de 2018 com o desmonte de políticas sociais, levando o Brasil de volta ao Mapa da Fome no triênio 2018-2020, período que abrange os governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Entre 2018 e 2020, a insegurança alimentar praticamente dobrou, e a fome atingiu cerca de 7,5 milhões de brasileiros. Em 2021, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar moderada ou grave chegou a 49,6 milhões, segundo dados do IBGE.
Agora, no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o país volta a figurar entre as nações que conseguiram reduzir de forma significativa os índices de fome. A retomada de políticas públicas estruturantes, como programas de transferência de renda, incentivo à agricultura familiar e ações de segurança alimentar, foi determinante para reverter o quadro. Segundo o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025” (SOFI 2025), lançado pela FAO durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4), cerca de 24 milhões de pessoas deixaram a insegurança alimentar grave até o fim de 2023, resultado de estratégias que remontam ao Programa Fome Zero, compromisso assumido por Lula em 2003 para garantir comida na mesa de todos os brasileiros.