
O Brasil é, pela primeira vez, sede de um dos eventos mais importantes do planeta na agenda ambiental: a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, realizada em Belém, entre os dias 10 e 21 de novembro. As COPs acontecem anualmente desde 1995 e têm como missão principal definir ações globais para conter o avanço do aquecimento da Terra, a partir de um documento internacional adotado em 1992 que busca estabilizar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Neste ano, o grande foco das negociações é acelerar medidas que limitem o aumento da temperatura do planeta a 1,5°C até o fim do século, compromisso assumido pelos países no Acordo de Paris, em 2015.
A COP30 reúne cerca de 50 mil participantes, entre delegações de 198 países, especialistas, negociadores, jornalistas e representantes de movimentos sociais — cerca de 15 mil integrantes da sociedade civil que participam da Cúpula dos Povos, um espaço paralelo de debates e articulação política. Antes da abertura oficial, líderes de 143 delegações se encontraram na Cúpula de Chefes de Estado, em 6 e 7 de novembro, para sinalizar compromissos e alinhar o tom das conversas. A presença de tantos países e setores demonstra a complexidade da agenda climática e a urgência de respostas globais diante dos eventos extremos que já afetam milhões de pessoas em todo o mundo.
As discussões da COP30 acontecem em dois espaços distintos. A zona verde, aberta ao público, reúne instituições, organizações sociais, iniciativas privadas, pesquisadores e lideranças globais para debater ações que dialogam com o clima, a sustentabilidade e os direitos humanos. Já a zona azul é o coração das negociações oficiais, reunindo chefes de Estado, delegações credenciadas e observadores para definir os rumos das políticas climáticas internacionais. Desde 2021, as COPs incorporam a chamada Agenda de Ação, que amplia a participação da sociedade civil e aproxima as discussões técnicas do compromisso real de governos e organizações. Com a floresta amazônica como palco, a COP30 coloca o Brasil em posição estratégica para liderar debates sobre preservação, justiça climática e futuro sustentável.







