Uma pesquisa divulgada no último domingo (7) pelo instituto Quaest aponta que a maioria da população brasileira é contra a anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. De acordo com o levantamento, 56% dos entrevistados defendem que os condenados devem continuar presos e cumprir suas penas, enquanto 34% se mostram favoráveis à soltura dos réus. Para 18%, os manifestantes jamais deveriam ter sido presos, e outros 16% acreditam que já cumpriram tempo suficiente de detenção. Os números permanecem inalterados em relação à última pesquisa, realizada em dezembro de 2023.
A sondagem, encomendada pela Genial Investimentos, também revela um alto índice de percepção sobre a responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na tentativa de golpe. Para 49% dos brasileiros, Bolsonaro participou do planejamento dos atos antidemocráticos; 35% discordam dessa afirmação. O apoio à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar o ex-presidente réu também é majoritário: 52% consideram a medida justa, contra 36% que a classificam como injusta. A aprovação à decisão do STF varia conforme o eleitorado: 80% dos eleitores de Lula concordam com a medida, enquanto apenas 16% dos eleitores de Bolsonaro a apoiam. Entre os que votaram branco, nulo ou se abstiveram, 51% aprovam a decisão.
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas, entre os dias 27 e 31 de março, em entrevistas presenciais, com margem de erro de dois pontos percentuais. Além dos dados levantados, a rejeição à anistia também se manifestou nas ruas. Nas últimas semanas, manifestações organizadas pela Frente Brasil Popular, Povo Sem Medo, centrais sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e movimentos sociais ocuparam praças de diversas cidades brasileiras para dizer “sem anistia”.
