Nos últimos dias, uma nova modalidade de golpe digital tem ganhado destaque na imprensa e acendido um alerta entre especialistas em segurança cibernética. Trata-se do “golpe da selfie”, no qual criminosos utilizam a foto do rosto da vítima para realizar transações bancárias fraudulentas. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), quadrilhas especializadas coletam dados pessoais e entram em contato com as vítimas, oferecendo benefícios inexistentes, como cestas básicas mensais ou auxílios previdenciários extras. Para receber o suposto benefício, a pessoa é induzida a tirar uma selfie como forma de “comprovação”. Durante o processo, os golpistas cobrem partes da tela do celular para impedir que a vítima perceba que está, na verdade, autenticando uma transação financeira.
Os idosos são as principais vítimas, devido à menor familiaridade com tecnologia, mas qualquer pessoa pode ser alvo. Dados da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP) revelam que, em 2024, o Brasil registrou um aumento de 45% nos crimes digitais. Além disso, uma a cada quatro pessoas sofreu tentativas de golpe no último ano, e metade delas acabou sendo lesada. Essa crescente vulnerabilidade reforça a necessidade de medidas mais rigorosas de segurança digital. Durante a última Campanha Nacional dos Bancários, o movimento sindical reivindicou que os bancos aumentassem a proteção dos dados dos clientes e aprimorassem suas estratégias contra fraudes digitais. O alerta também se estende às agências de negócios, onde a ausência de portas de segurança e vigilantes torna os clientes ainda mais expostos a esse tipo de crime.
Especialistas reforçam que o golpe da selfie só é bem-sucedido porque os criminosos já possuem outras informações sigilosas da vítima, como nome completo, documentos e contatos telefônicos. Dessa forma, é fundamental que os usuários adotem cuidados preventivos, como evitar fornecer dados pessoais a desconhecidos, não clicar em links suspeitos e não realizar pagamentos em dispositivos com telas danificadas ou parcialmente cobertas. A Febraban também destaca a importância de desconfiar de ofertas inesperadas de benefícios e jamais enviar fotos para estranhos. Com o aumento dos crimes digitais, a conscientização e a adoção de práticas seguras se tornam essenciais para evitar prejuízos financeiros e garantir a proteção dos dados bancários.