
A quarta edição da Pesquisa Diversidade Jovem, realizada pelo Espro em parceria com a consultoria Diverse Soluções, revela um dado alarmante: a escola e a faculdade são os principais espaços onde jovens negros da Geração Z convivem com o preconceito no Brasil. Segundo o estudo, 79% dos adolescentes e jovens pretos ou pardos afirmam ter vivido situações de discriminação nesses ambientes, e 37% relatam que esses episódios acontecem com frequência. A pesquisa ouviu mais de 3 mil jovens entre 14 e 24 anos, sendo 52% deles negros, todos participantes de programas de formação e inclusão produtiva. O levantamento expõe um cenário preocupante justamente em locais que deveriam garantir acolhimento, pluralidade e segurança.
Além do ambiente educacional, o estudo aponta que o preconceito também se manifesta de forma recorrente em espaços públicos e serviços cotidianos. Transporte público, consultórios médicos, restaurantes, lojas e eventos aparecem como o segundo contexto mais citado, com 74% dos jovens negros afirmando já ter presenciado ou sofrido discriminação, sendo que 26% vivenciam o problema frequentemente. Em terceiro lugar, de forma igualmente grave, está o ambiente familiar: 61% relatam episódios de intolerância dentro de casa, enquanto 56% mencionam vivências discriminatórias em espaços religiosos. Os dados acendem um alerta urgente para a sociedade e mostram que o racismo segue enraizado em múltiplas dimensões da vida social.
Para a vice-presidenta do SINDSEC, Aurenice Santiago, os números reforçam a necessidade de ampliar o debate sobre racismo estrutural, especialmente dentro das escolas e demais políticas públicas onde atuam servidoras e servidores municipais.
“Os dados mostram o que nós, enquanto trabalhadoras e trabalhadores da educação e do serviço público, já percebemos no cotidiano: o racismo segue ferindo, excluindo e limitando a vida da juventude negra. Combater essa realidade exige formação, políticas institucionais e compromisso coletivo. Não podemos aceitar que a escola — um espaço de construção de conhecimento e cidadania — seja também palco de dor e discriminação”, afirma.
Aurenice reforça que o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Canindé (SINDSEC) seguirá mobilizado em ações de enfrentamento ao racismo e na defesa de um serviço público mais justo, humano e comprometido com a igualdade racial.







